O "I Seminário GRIO: Culturas Populares e Educação" é um evento organizado pelo Grupo de Pesquisa GRIO-Culturas Populares, Ancestralidade Africana e Educação. Trata-se da primeira edição do evento com essa denominação. Porém, anualmente, desde 2011, o GRIO vem realizando seminários de curta duração com o objetivo de socializar com a comunidade da Faculdade de Educação da UFBA os estudos e experiências desenvolvidos pelo Grupo, como também trocar experiências com entidades com as quais vêm sendo desenvolvidas ações e experiências educativas. Desses momentos e das pesquisas de mestrado e doutorado desenvolvidas no âmbito do GRIO, emergiu a necessidade de organizar e promover um evento que colocasse em pauta a temática das interfaces entre as práticas socializadoras das culturas populares e a educação, por entendê-las relevantes no cenário contemporâneo, especialmente considerando que as culturas populares sempre foram secundarizadas nos ambientes acadêmico-científicos.

       As culturas populares foram historicamente silenciadas e excluídas, como sinônimo de indisciplina e/ou não-saber, por não serem captadas pela lógica moderna. Em tempos de globalização e de pressão para homogeneização cultural, as culturas populares, hibridizando tradição e elementos contemporâneos, resistem e têm se revitalizado em uma diversidade de festas  e manifestações, como também fundamentado iniciativas educacionais no âmbito dos Movimentos Sociais em que se resiste e se afirmam identidades subalternizadas. No âmbito das políticas culturais tem havido avanços no que se refere à valorização dessas manifestações, como também tem se debatido a interface necessária com outros campos, especialmente com a educação formal e não-formal. Faz-se mister, portanto, aprofundar debates, dialogar com pesquisadores, mestres/mestras da cultura popular e grupos organizados acerca de suas experiências e aprender dialogicamente com eles sobre possibilidades no/do campo educacional.

      No Seminário, será promovida a socialização de pesquisas, produções culturais e iniciativas educacionais que dialoguem sobre e com as culturas populares; o aprofundamento de discussões e conhecimentos sobre as práticas educativas e formas de socialização das culturas populares; a articulação de possibilidades de tais práticas educativas contribuírem para a democratização curricular, a ampliação de temas, saberes e experiências no espaço-tempo da educação formal; a experimentação da inserção e inclusão no ambiente acadêmico de temáticas historicamente secundarizadas e reflexão sobre a necessária extensão e ampliação das fronteiras científicas e curriculares.